19 de dezembro de 2008

da cor do que não permanece


"Gokula", Henrique Coutinho

qual a chuva ou o vento
o amor sempre me foi assim
algo arredio em seus súbitos
pelo que vejo paisagem
em despojos da tarde finda
ou na madrugada da estrela
que ruma incerta

dele me ficou o invisível
da solidão sem entretanto
como se do mar em lugar
do azul uma lembrança de sal
rastro de um indelével
instante de quase pranto
dor violeta na hora estival

5 comentários:

Graça Pires disse...

D'Angelo meu amigo, mais um excelente poema mas como quem pressente que a felicidade não existe, que é tudo inútil como os beijos adiados...A solidão é um abismo fatal no interior do silêncio. E você sabe disso. É preciso recuperar o movimento original dos sonhos. É difícil, eu sei, o jogo de viver. Neste Natal guarde uma estrela em seu coração para que lhe nasça no olhar toda a inocência perdida. Um beijo.

mfc disse...

Sempre perseguimos o amor desde que o Homem é Homem!

Márcia Maia disse...

o constumeiro e inescapavel labirinto...

Adriana Riess Karnal disse...

"Do azul, uma lembrança do sal".Gosto da canção desse trecho, dos sons que ela produz.À solidão por debaixo.Primeira vez que venho em seu blog, muito bom!

Elizabeth F. de Oliveira disse...

Lindo, adorei o poema!
Espero que para você o amor não seja mais assim. No entanto, por ele assim o ser, presenteou-nos com esse belo poema.
Um Ano Novo repleto de poesia pa vc!
beijo no coração