18 de julho de 2010

por vezes


"Moinho em Zaandam", Claude Monet

por vezes sou moinho
indiferente à paisagem
asa que ao longe desvanece
e se escrevo silêncios é
por desertos contemplar

mas ainda ouço atento
as narrativas da brisa
sigo os passos das águas
olhos tenho para tudo
que for estelar

remanescem em mim
o ofício da palavra
o confabular dos sonhos
e o que o coração ainda
possa ensejar