19 de junho de 2010

das esquinas abissais


"Praia e falésias em Pourville, efeito da manhã", Claude Monet

endereço palavras num
oceano sem saída
sou só um barco ausente
que sempre dista do cais

âncora lançada no ar
minha dor é decassílaba
e a solidão me navega
por azuis e transversais

6 comentários:

[ rod ] ® disse...

A poesia é nata e transbordante. Nada a faz tão grande quanto querê-la em brandas e navegáveis águas. Abs meu caro!

Zélia Guardiano disse...

Ao menos consegues classificar a sua dor... E eu, que nem isso?

Lindíssima a sua poesia!
Espaço ideal, este seu blog.
Sigo-te.

Grande abraço

líria porto disse...

"minha dor é decassílaba
e a solidão me navega
por azuis e transversais"

queria ter escrito isto!
besos

Luciana Marinho disse...

"solidão é uma ilha com saudade de barco".

linda poesia!

abraço!

Fernando Campanella disse...

'... mas hoje só os pássaros
vêm bicar minha solidão povoada...',
dizem dois versos meus. Escrevemos, meu amigo, porque a solidão nos dá essa trégua iluminada.
Grande abraço.

Jorge dos Santos disse...

adorei o blog. achei teus poemas nada fáceis. poesia complicada. e esse poema em especial, é tão grande. abs jorge