22 de dezembro de 2010

como mote ou como mar


"Homem sentado com espada e flor", Pablo Picasso

enquanto engendro versos
o coração não se compraz
e o tempo me despe de
sonhos sem se apiedar

a vida segue a esmo
indômito barco fugaz
sou um cais de ausências
horizonte nenhum no olhar

contraceno com silêncios
gestos vazios, labirintos
a tristeza em lugar do amor
como mote ou como mar

3 comentários:

Luciana Marinho disse...

vim conferir a novidade =)
poema de uma melancolia que comove, principalmente esses versos:

"sou um cais de ausências
horizonte nenhum no olhar"

boas festas!
um 2011 pleno de possibilidades para nos tornarmos mais humanos!

abraço!

Graça Pires disse...

Ser um cais de ausências. Contracenar com os silêncios. Regressar ao acaso de rostos abertos aos alarmes da melancolia. E ficar à entrada da noite, cativo da falta de amor...
Meu amigo, este poema é um poema triste. Ou será um poema cheio de lucidez?
Um grande beijo e que 2011 lhe traga o que mais quer.

sindro disse...

Oi Adorei o seu texto, passe lá no meu blog de textos, até mais, beijo.