20 de abril de 2014

a esmo num mesmo mar

"Três barcos de pesca", Claude Monet

meridianos atravesso
sem viver ou navegar
seguindo sem horizontes 
a esmo num mesmo mar

sem avistar do amor a
terra firme, leme perdido
por nas tempestades
tanto ter me ancorado

por ter em mim tatuado
indelével como um não
este naufrágio em silêncio
que é a solidão

Um comentário:

Elizabeth F. de Oliveira disse...

Essa solidão em que navegas, poeta, é mar de lirismo e beleza, oceano teu de poesia.
Um belo poema, tatuado por sua marca maior: a solidão de ser.