7 de setembro de 2014

um cais incidental














"Barcos na praia de Pourville", Claude Monet

os pés ancorados
em terra firme
tenho para périplo
nenhum mar além
do azul inerte que
me sobrevoa

nauta sem farol
em mim os amores
são barcos ausentes
o coração nunca
marina no que
quase sempre atol

um recife a vida
e areias e sal
as palavras ondas
à revelia e
a poesia um cais
incidental

2 comentários:

Graça Pires disse...

Não é um incidente esta poesia, amigo...
Um grande beijo.

Elizabeth F. de Oliveira disse...

Uma praia deserta, solitária e poética a tua. Vagas que vêm e vão, sonhos que se quebram nas areias, amores que se fundem em saudade no coração.

Lindo!