24 de maio de 2014

impossível como a luz












"Um grupo de casas de campo", Vincent van Gogh

tateio o ocaso entre
meneios de aves e
dobres de sinos
sem  promessa
de horizontes

como se em mim
ecoasse um  lamento
brônzeo em sarabanda
adivinhando a noite
em meio à revoada

como se a felicidade
fosse a tarde
em derrocada
escassa e impossível
como a luz

2 comentários:

Elizabeth F. de Oliveira disse...

Teu coração é crepúsculo em versos, cuja poesia descerra um horizonte de perpétua alvorada.
A luz desse horizonte em ti está, pelos teus olhos e pelas palavras que deslizam suavemente sob teus dedos, desabrochando uma primavera de poesia.

Graça Pires disse...

Tão belo este poema, meu querido amigo e diz tanto sobre os momentos de inquietude "como se a felicidade fosse a tarde em derrocada escassa e impossível como a luz".
Um beijo.