21 de junho de 2014

nem uma clave de encantos e lampejos















"Estrada em Louveciennes, neve derretendo ao por do sol", Claude Monet


a paisagem desalinho
ao entoar palavras em
meio à luz que finda nos
pentagramas da solidão

pois é pródiga a tarde
em semitons de silêncio
que nem asas ou passos
podem desvanecer

ah, triste sina de sem
deuses ou amores
entender que fiar versos
se assemelha ao ocaso

onde nem uma clave
de encantos e lampejos
impede a escuridão

2 comentários:

Graça Pires disse...

Fiar versos é o que você sempre faz, meu amigo d'Angelo. Gostei deste, no seu jeito de revelar silêncios e solidões...
Um beijo.

Elizabeth F. de Oliveira disse...

Tua poesia é um campo de lirismo e beleza, terras onde nem o horizonte alcança. Somente tuas palavras percorrem esse caminho, cercado tão somente de silêncio e solidão.
Mas ainda assim é possível ver que nele o sol também nasce, fazendo teus versos florescerem, como sinal de rara primavera.