fragmento de "Nascimento da Vênus", de Botticelli
em
lugar de Deméter
foi
Afrodite quem espargiu
nas
orlas do peito meu
tais
campos de trigo
deles
palavras germinaram
versos
plenos de boa lavra
florescente
a paixão
só
não se vaticinara
ante
abundância tamanha
da
dor o jugo inesperado
o
sonho então devastado
a
colheita desfeita
deserto
assim o chão
revelava
agora a paisagem
uma
Circe inclemente
o
amor já dissidente
lamentos
tais, ais bemóis
o
que me alimentara
tornado
agrura
mais
a solidão em
sua
semeadura
Um comentário:
Tuas 'coreografias de tropeços' são em tua poesia um balé de sonora sincronia.
Muito bela a linguagem do poema.
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