14 de outubro de 2014

no que tão deserto o meu mar














"Farol e hospício, Zurique", Claude Monet
 

o coração que silencio
qual barco só e arredio

como que em nós enredado
não sabe se situar

num abismo assim
sem lugar ou tempo

sem um sextante ou
quadrante solar

ancorado num cenário de
naufrágios sem saída

sem contrapartida, horizonte
ou asas para zarpar

sem nada mais por avistar no
que tão deserto o meu mar

3 comentários:

Elizabeth F. de Oliveira disse...

Esse teu universo solitário te faz criar desertos infindáveis de poesia, cuja beleza lírica só demonstra o quão fértil e arável é a tua alma.

Mar Arável disse...

Que chova na boca das sementes

Graça Pires disse...

Ancorar o barco para que não naufrague e depois voar bem alto, meu amigo...
Um beijo.