"Paisagem de inverno", Wassily Kandinsky
deste inverno
levarei quase nada
aquarela de frios dias
solidão de quem fica
ante um céu de aves
em debandada
como a natureza que
às flores da primavera
há muito renunciara
o coração coleciona
ausências semeadas
travo de acenos num
cais sob lua clara
feito estátua eu assim
palimpsesto de mármore
como quem nada espera
como quem tudo perdera
e com o vazio se depara
Um comentário:
Nesse poema, mosaico de belíssimas metáforas, você nos brinda com a graça da legítima poesia. Abração.
Postar um comentário